Prefeitura retoma microcrédito e reestrutura lei para incentivar empreendedorismo em Campo Grande
Apoiar iniciativas empreendedoras, fomentar empreendimentos surgidos a partir dos programas de geração de emprego e renda são algumas das iniciativas que a Prefeitura de Campo Grande tem realizado para garantir que o pequeno empresário, que muitas vezes nem o acesso ao crédito tem, possa prosperar e seguir com seu tão sonhado negócio.
É o caso de Dona Rilda Pereira de Souza, cabeleireira, que foi beneficiária do programa de microcrédito da Prefeitura em 2007 e agora, com a volta do programa, já planeja se inscrever novamente e incrementar ainda mais o salão de beleza.
“Quero melhorar ainda mais o espaço. Minha ideia agora é fazer um sobrado e colocar a parte da estética na parte de cima do salão. Esse é um status que vale a pena. A cliente quer um lugar bonito e aconchegante para tirar fotos e postar nas redes sociais, e a Funsat vai ajudar novamente a ampliar o meu negócio”, conta.
Ela foi uma das 2,5 mil pessoas beneficiadas pelo programa. Na época, a cabeleireira fez dois empréstimos. “Quando eu peguei esse dinheiro, foi um divisor de águas na minha vida. Eu estava começando o meu negócio, tinha um espaço pequeno e inacabado, sabia que precisa de uma reforma, mas eu não tinha reserva. Aí surgiu a possibilidade do empréstimo da Prefeitura, por meio da Funsat, corri e fiz o meu cadastro. Diferente dos bancos, a taxa de juros era excelente”, conta.
Quem também foi beneficiário do programa e hoje é um empresário de sucesso é Rodrigo Hata, de 40 anos, sócio-proprietário do Bar Velfarre. Ele conta que o pontapé de tudo foi o microcrédito que ele pegou com o Município há quase dez anos.
“O bar nasceu em 2012 com a vontade de empreender na área de gastronomia. Eu e meu irmão – que somos sócios – tínhamos algumas economias, que guardamos quando moramos no Japão e decidimos investir. Mas nem todo planejamento dá certo. Teve uma batida aqui na frente e o forro caiu. A gente atrasou um tempo para abrir e com isso foi descapitalizando. Na época pegamos R$ 5 mil, deu para comprar um freezer que precisávamos e também usamos para giro”, revela.
Para ele, toda ajuda ao pequeno empreendedor é válida, principalmente neste período pós-pandêmico.
“Toda ajuda, na atual realidade, é bem-vinda. Se for com condições facilitadas, prazos, juros baixos, isso ajuda o empresário a colocar esse custo no planejamento, porque tem que estar no planejamento, vai passar a ser um custo fixo. É uma ajuda importantíssima que a Prefeitura está fazendo para os empresários”, frisa.
O microcrédito que volta com tudo, e agora recebe o nome de Programa Avançar, destinará R$ 4 milhões de recursos do tesouro municipal para fomentar o empreendedorismo e, com isso, avançar nas ações para retomada do crescimento econômico local.
O programa foi construído pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Fundação Social do Trabalho (Funsat) e um grupo técnico. O objetivo é promover a inclusão social e produtiva, o desenvolvimento sustentável e a geração de emprego e renda entre os empreendedores individuais, formais ou informais, microempresas e cooperativas, por meio da concessão de microcrédito e capacitação empreendedora.
Outros projetos neste sentido que estão em andamento pela Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro) são a construção de um centro de venda de produtos alimentícios e de artesanato no Distrito de Anhanduí, a implementação de um Parque Tecnológico e de Inovação – Estação Digital – no quadrilátero Central, a a aprovação e implantação da Lei do Prodes, a elaboração da Política Municipal de Desenvolvimento Econômico de Campo Grande e a contratação de um estudo de viabilidade para o Terminal intermodal de Cargas de Campo Grande.
Prodes
Nesta sexta-feira (15) o prefeito Marquinhos Trad sanciona a nova Lei do Prodes (Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social), na Câmara de Vereadores, às 9h. Em 20 anos de funcionamento, o Prodes, atraiu para Campo Grande 1.094 empresas e atualmente, Campo Grande tem 105 mil empresas, ou seja, foram atendidos 1% dos empresários da Capital e em sua maioria, as grandes empresas.
Com a reestruturação da Lei do Prodes, não apenas médios e grandes empresários, mas também os Microempreendedores Individuais (MEI), Micro Empresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) terão acesso aos incentivos fiscais, tornando a concessão mais ágil para esse público. Em Campo Grande, 92% das empresas são MEI ou ME.
O chefe do executivo municipal destaca o processo de construção do texto para a nova lei do Prodes, que foi pensado para contribuir com as ações de recuperação econômica do Município, gerando emprego e renda, principalmente após o longo período de pandemia.
“A aprovação do texto é uma resposta aos pedidos de empresas dos mais diferentes setores e características, que solicitam algum tipo de isenção e, em contrapartida, a nossa cidade se beneficia com a geração de emprego e oportunidades para as famílias, por meio da fonte de renda obtida por essas contratações. A nova lei garante mais dignidade para a população e fomenta o desenvolvimento econômico da capital”, assegura Marquinhos Trad.