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Caciques e lideranças indígenas tem segundo dia de reunião para reivindicar direitos junto à Funai

Na tarde desta segunda-feira, caciques e lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul estiveram reunidos no município de Aquidauana para a continuação do debate acerca de reivindicações de direitos. Estiveram presentes os cacique e lideranças indígenas Ana Batista, Paulo Amorim, Claudemir Jorge, Aldenir Júlio, Elielson Basílio, Messias Dias, Sidney de Albuquerque, Jânio Reginaldo e Antônio da Silva, representantes das etnias Terena, Kinikinau, Ofaié, Kadiwéu e Guató.

Da reunião, os cacique e as lideranças indígenas elaboraram um documento, prontamente assinados por todos os presentes. Segue o documento na íntegra:

Estado de Mato Grosso do Sul 06/12/2021

Dos caciques e lideranças de MS

Nós caciques e lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul, reunidos na cidade de Aquidauana na Sinprecam para tratar assuntos referentes às demandas das Comunidades Indígenas, especificamente, a assuntos que se referem ao órgão de fundamental importância aos povos indígenas, a Funai (Fundação Nacional do Índio). Vimos por meio desta manifestar nosso descontentamento quanto a atual coordenadora da Funai, Tatiana Marques, da CR de Campo Grande.

1) Falta de diálogo com os caciques da comunidades indígenas.

2) não atendimento aos caciques que se deslocam à Campo Grande sem agendamento, não considerando a dificuldade das lideranças quanto à logística de dificuldades financeiras dos mesmos. Ao chegarem na Funai são atendidos por outros servidores, que dizem que deverá ser agendado com antecedência de 30 à 45 dias. Retornando para as suas aldeias sem o devido atendimento.

3) A atual coordenadora atende uma pequena parte das lideranças, causando divisão dentro das comunidades indígenas.

4) A mesma contratou “segurança armada”, intimidando os indígenas que procuram apoio na Funai, as lideranças pacificamente buscam diálogo com a coordenadora, na qual a coordenadora dificulta o diálogo, troca de ideias e construção de ações que beneficiem as comunidades indígenas.

Outrossim, afirmamos que somos contra o “cancelamento” do RANI, pois entendemos que o mesmo é fundamental importância para nós indígenas e “não pode ser tirado”. Ressaltamos que o RANI é assegurado por lei, um direito conquistado.

Assim, encaminhamos este documento às autoridades (Presidente da FUNAI, senadores, deputados estaduais, federais, entre outros) para providências cabíveis urgentes. Solicitamos a EXONERAÇÃO da senhora Tatiana Marques, pois não conhece a nossa realidade e demandas e não estabelece diálogo com os caciques e lideranças indígenas. O que queremos é uma FUNAI forte que trabalhe em prol da defesa, direito e desenvolvimento do Povo Indígena, na construção de políticas públicas que venham a suprir as necessidades dos povos indígenas.

5) Reconhecendo aldeias indevidamente, dois caciques na mesma aldeia, causando intrigas, dividindo a comunidade para garantir sua permanência na FUNAI.

Assim, assinam os caciques e lideranças indígenas Terena, Kinikinau, Ofaié, Kadiwéu e Guató. 

Ana Batista, Paulo Amorim, Claudemir Jorge, Aldenir Júlio, Elielson Basílio, Messias Dias, Sidney de Albuquerque e Antônio da Silva. 

O movimento se prepara para ir até Brasília para um encontro com o presidente da Funai nacional, Marcelo Augusto Xavier da Silva e o do secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos para apresentar o documento com as reivindicações. Estão confirmados: cacique Messias Dias, Daniel (Kadiwéu), cacique Aldenir (Kinikinau), Valério (Taunay/Ipegue), cacique Antônio (Limão Verde), Ramão Silva (Nioaque), cacica Aliscinda Tibério (Campo Grande), cacica Ana Batista (Sidrolândia), Miranda, Celina Gomes, cacique de Dois Irmãos do Buriti, cacique de Moreira, Arildo França, vereador Eber, vereador Otacir.

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