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Operação Courrier prendeu advogados e servidores que atuam como ‘correspondentes’ do PCC

A Operação Courrier, realizada nesta sexta-feira (25) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), resultou na prisão de seis advogados, um policial penal, um servidor judiciário e um servidor da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. Todos estes tem algum tipo de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção organizada que atua dentro e fora dos presídios brasileiros e também na linha de fronteira com o Paraguai.

De acordo com a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Mato Grosso do Sul), uma comissão foi criada para acompanhar o caso, mediante proposição feita pelo conselheiro federal Mansour Elias Karmouche. O secretário-geral Luiz Renê G. do Amaral foi nomeado para presidir a comissão, acompanhado dos membros, conselheiros estaduais Caio Magno Duncan Couto, Aline Granzotto, e da Presidente da Comissão de Execução Penal, Thais Lara.

“A OAB/MS sempre pautou-se pela ética profissional, não coadunando com qualquer conduta ilícita, ainda mais quando se refere à advocacia. O caso também será analisado pelo Tribunal de Ética e Disciplina, sempre obedecidos o contraditório e a ampla defesa”, finaliza a nota.

A Defensoria Pública de MS também se manifestou sobre o caso. Em nota, informou que o servidor detido não é defensora ou defensor público. “A Defensoria informa, ainda, que acompanha o caso que cita o servidor, aguarda por mais informações a respeito da operação e está à disposição para colaborar com as instituições que realizam a investigação no que for necessário”.

A operação

A operação cumpriu, ao todo, 38 mandados em Campo Grande, Dourados, Jardim e Jaraguari. A ação, denominada Courrier – correspondência – apura o núcleo ‘Sintonia dos Gravatas’, célula em que advogados usam de suas funções para transmitirem recados aos faccionados presos.

Ainda de acordo com o Gaeco, o grupo estaria articulando atentados contra a vida de agentes públicos, entre eles o promotor do Gaeco e um juiz de Direito de Campo Grande.

Dos presos, um advogado foi encontrado no condomínio Acqua Verano, na Avenida Rachid Neder. Ele é defensor de um dos suspeitos de envolvimento na morte do garagista Carlos Reis Medeiros, conhecido como ‘Alma’, que desapareceu no dia 30 de novembro de 2021.

Em Campo Grande também foi cumprido um mandado de busca e apreensão e outro de prisão em uma casa na rua Sebastião Lima, onde mora um casal. E outro mandado em um coworking (onde várias companhias compartilham da estrutura para operar), localizado na Avenida Afonso Pena, entre a Rui Barbosa e a Pedro Celestino.

Garras, Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) atuam na operação.

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