Policial

Vítima de feminicidio, mulher tentou terminar relacionamento abusivo antes de morrer

Vítima de feminicídio, Daniela Luiz, de 30 anos, pode ter sido assassinada por João José Furtado, de 32 anos, em decorrência do fim do relacionamento entre eles. A informação é da família, que acompanha a sequência da investigação com o sentimento de revolta, mas acreditando que a Justiça já foi feita, uma vez que o homem acabou morto durante confronto com a polícia na manhã desta quinta-feira (02), enquanto se preparava para fugir.

De acordo com os parentes, que ainda aguardam pela liberação dos corpos da mãe e do filho de 14 anos, que também foi morto pelo assassino na noite de quarta-feira (1º), o pai dos filhos da vítima esteve na casa onde a família mora, em Ribas do Rio Pardo, e a presença deste teria provocado o ataque de fúria em João José, que se armou de uma faca e partiu para cima de todos. Na ocasião, Daniela teria pedido o fim do relacionamento, o que não foi aceito pelo homem.

A investigação do caso detalha que Daniela e o namorado estavam na edícula, nos fundos do imóvel. A perícia identificou lesões no corpo da mulher, o que pode indicar que ela foi agredida com socos e chutes, inclusive, tinha um dos olhos roxo. Em seguida, ele esfaqueou a vítima diversas vezes no pescoço, peito e cabeça. A mulher não resistiu e faleceu na hora. Depois disto, o assassino foi até a casa da frente, onde mora a mãe de Daniela, no intuito de não deixar ninguém vivo para que ele não fosse preso.

Em um dos quartos matou o filho mais velho de Daniela, de 14 anos, o esfaqueando no peito e nas costelas. E depois agrediu e tentou matar a mãe da vítima, Cleuza Doleres Pereira, de 50 anos, porém, essa conseguiu ser socorrida com vida.

Nesse meio tempo, a filha mais nova de Daniela, de apenas quatro anos, conseguiu sair correndo da casa e pedir ajuda com vizinhos. Ela foi vista toda ensanguentada e desesperada na rua, gritando por socorro e dizendo que haviam “matado a sua mãe”. A polícia foi acionada logo depois, entre às 23h30 e 0h.

A família das vítimas disse para a imprensa que João José teria tentado ir também até a casa do ex-marido de Daniela e pai das crianças, que reside nas proximidades, no entanto, acabou fugindo.

A investigação pontuou que o casal, apesar de estarem convivendo juntos, mantinha um relacionamento abusivo, sendo o homem descrito como extremamente ciumento e possessivo. Apesar disso, Daniela nunca chegou a procurar ajuda com polícia ou pedir medida protetiva.

Uma das sobreviventes do ataque, Cleuza conseguiu ser atendida a tempo e foi encaminhada em estado grave para a Santa Casa de Campo Grande. De acordo com a última atualização do seu quadro clínico, ela recebeu transfusão de sangue e foi liberada para internação na enfermaria, com uma fratura no crânio. Já a filha mais nova segue sob os cuidados do Conselho Tutelar de Ribas do Rio Pardo e apresenta ‘estado de choque’, sendo acompanhada por psicólogos.

Apesar da morte do assassino, o caso ainda não foi concluído e deve levar mais alguns dias para isso. O delegado responsável, Bruno Santacatharina, solicitou imagens das câmeras próximas a residência para confirmar a dinâmica do crime. Até agora, já foram ouvidos alguns dos familiares das vítima, além do ex-marido e pai das crianças que, segundo o investigador, já tinha alertado Daniela sobre o sujeito.

Sobre o assassino, o delegado pontua que ele se mudou para a cidade por conta da alta demanda por funcionários da empresa que está em construção. O homem vinha morando em um alojamento e tinha um veículo Gol, branco, que foi a principal característica que ajudou na localização dele, horas depois do crime. João José foi encontrado nas proximidades da rodoviária e reagiu a abordagem policial, tentando esfaquear os militares com a mesma faca usada antes. No entanto, acabou baleado e morto.

O caso foi registrado como duplo homicídio e tentativa de homicídio.

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