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Com greve de motoristas de ônibus, corridas de aplicativos ficam até 5 vezes mais caras

Sem ônibus, por causa da paralisação de motoristas, passageiros relataram dificuldade em conseguir chegar ao trabalho e chegam a pagar quase cinco vezes mais em transporte por aplicativo na manhã desta terça-feira (21), em Campo Grande (MS).

Sem um dos principais meios de transporte, a população recorreu a carros particulares, caronas e automóveis por aplicativos. A paralisação ocasionou um aumento do número de veículos circulando pela capital.

A auxiliar de limpeza Rosenil Morais, de 49 anos, diz estar revoltada com a paralisação dos serviços. Ela utiliza os serviços do transporte coletivo todos os dias para chegar ao trabalho, mas devido a greve se viu obrigada a acionar um motorista de aplicativo.

“Antes custava R$ 17 a R$ 20, e hoje cedo paguei R$ 63 para chegar no trabalho, isso porque nem sabia que não teria ônibus circulando hoje”, disse Rosenil, sobre o preço da tarifa que está sendo cobrada pelos carros por aplicativo.

Valores cobrados em aplicativos de corrida nesta terça-feira — Foto: Reprodução/ RedesSociais
Valores cobrados em aplicativos de corrida nesta terça-feira — Foto: Reprodução/ Redes Sociais

A população foi pega de surpresa com a paralisação dos serviços de transporte. Os ônibus não saíram da garagem e os pontos de ônibus ficaram lotados na capital nesta manhã. A vendedora Joyce Ribeiro, de 27 anos, relata que esperou mais de 40 minutoss pela chegada de um carro por aplicativo para seguir para seus destinos.

“Os motoristas precisam cobrar seus direitos, mas a população não pode pagar o preço por isso. O ônibus não passou no meu bairro, fui até o terminal e estava tudo fechado. Tive que solicitar uma corrida no aplicativo, mas eles se beneficiando disso elevando o preço é um absurdo”, disse.

A decisão de paralisação do serviço ocorreu após a empresa Consórcio Guaicurus, responsável pelo serviço, encaminhar um ofício aos trabalhadores anunciando que a situação financeira do grupo é “bastante grave”.

Terminal de Campo Grande amanheceu vazio  — Foto: Reprodução/ Ana Lívia Tavares
Terminal de Campo Grande amanheceu vazio — Foto: Reprodução/ Ana Lívia Tavares

Liminar na Justiça

O diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Odilon Júnior, afirmou que a prefeitura de Campo Grande cogita entrar com uma liminar na justiça para o retorno do transporte coletivo.

“Estamos apurando se essa greve observou os requisitos legais, porque em uma análise superficial, ela partiu dos motoristas, da classe trabalhadora, ela tem que observar os requisitos previstos na lei 7.783, tal como realização de quórum, prévia comunicação dos empregadores e do poder público, manutenção dos 30% [de atendimento ao público]. Caso isso realmente não ocorreu, como parece que não ocorreu, a prefeitura vai ingressar de imediato com uma liminar para ao menos a garantia mínima dos 30% [do serviço], essa é a linha de ação emergencial para esse momento”, explica.

Segundo Odilon, não é possível prever que o transporte coletivo vai voltar ainda nesta terça-feira (21). “O judiciário tem seu próprio tempo, mas nós estamos buscando soluções. A prefeitura, dentro de suas possibilidades, tem buscado ajudar o sistema do transporte coletivo”, frisa.

Odilon ainda ressaltou que o aumento do diesel também impactou na situação financeira do Consórcio Guaicurus, empresa responsável pelo serviço.

*Por G1 MS

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