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Sem metrô ou trem, Campo Grande é refém dos ônibus como única opção de transporte público

Em discussão nesta semana, o preço cobrado pela passagem do ônibus no transporte público de Campo Grande pode ultrapassar a absurda marca dos R$ 6,15. O valor não irá afetar apenas aos usuários, mas também impacta diretamente no bolso dos empresários, já que muitos deles arcam com o custo do locomoção de seus colaboradores.

Ao mesmo tempo, se interroga o retorno deste valor na melhoria na qualidade do serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus, que na prática deveria ofertar aos seus passageiros (clientes) veículos novos e modernos, com sistemas de ar-condicionado, linhas expressas entre os principais locais da cidade, entre outros.

Na sexta-feira (24), uma nova reunião entre representantes da Prefeitura de Campo Grande e do Consórcio Guaicurus deve acontecer para debater o reajuste tarifário, já que o coletivo de empresas de viação que administra o serviço há anos alega não ter mais condições de arcar com os custos da operação por conta do aumento do diesel.

O Consórcio Guaicurus diz que o último aumento na tarifa, para R$ 4,40, foi elaborado com valores antigos. A empresa alega que na época do reajuste, o litro do óleo diesel estava em R$ 4,61, atualmente está em mais de R$ 7,00. O consórcio informou que utiliza cerca 700 mil litros do combustível ao mês, o que coloca o gerador como vilão ao fechar as contas.

Hoje, a tarifa do transporte coletivo normal é de R$ 4,40, com o reajuste proposto pelas empresas de R$ 6,16, os moradores de Campo Grande teriam que desembolsar mais R$ 1,76 por passagem. Com uma série de benefícios fiscais, o Consórcio Guaicurus não paga sequer o ISSQN e no último balanço divulgado obteve um lucro de R$ 12 milhões em 2019.

Aos cidadãos que não possuem condução própria, resta aguardar pela definição torcendo para que o reajuste não seja tão alto. Apesar de ser a Capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande não tem metrô ou trem e se está refém dos ônibus como única opção para o transporte público – os motoristas de aplicativo e táxi são considerados particulares.

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