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Marquinhos Trad é investigado por crimes de estupro, assédio e importunação sexual

O ex-prefeito e atual pré-candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Marquinhos Trad, é alvo de um inquérito da Polícia Civil sobre a suspeita de praticar crimes contra a dignidade sexual. A investigação foi instaurada no dia 05 de julho e pelo menos nove mulheres já procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para denunciar o político.

De acordo com as informações, que foram comprovadas até mesmo pelo secretário Estadual de Segurança Pública, Carlos Videira, Marquinhos Trad é investigado pelos crimes de estupro, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, assédio sexual, importunação sexual, perseguição, posse sexual mediante fraude e vias de fato. Até o momento, ele não foi intimado para depor sobre os fatos delatados.

Ainda de acordo com o Videira, é comum que vítimas de crimes sexuais criem coragem para denunciar o criminoso após dados sobre as primeiras investigações vir a público por meio da imprensa. Por conta disso, é bastante provável que o número de vítimas aumente nos próximos dias.

Sexo em troca de emprego

Inicialmente, as denúncias foram recebidas na Corregedoria de Polícia Civil, já que as vítimas alegaram receio de procurar a DEAM, cuja sede está instalada na Casa da Mulher Brasileira, em função do fato de que o atendimento psicossocial é prestado no local por servidores ocupantes de cargos de confiança da prefeitura de Campo Grande, até o dia 2 de abril sob o comando de Marquinhos Trad.

No entanto, a partir da instauração do inquérito, presidido pela delegada Maira Pacheco Machado, as investigações foram centralizadas na DEAM.

Conforme consta no inquérito, a primeira mulher que denunciou o ex-prefeito de Campo Grande disse, em seu depoimento, que Marquinhos Trad fazia declarações a ela, afirmando que a amava e que queria ficar com ela e até mesmo ter um filho. Ela se aproximou do ex-gestor em 2020, através de uma outra mulher que lhe havia oferecido uma oportunidade de trabalho.

Na ocasião, a denunciante foi informada de que, para ganhar o emprego público, era antes necessário conversar pessoalmente com o então prefeito Marquinhos Trad. O primeiro encontro entre os dois aconteceu no dia 12 de maio de 2020. no Paço Municipal. Na ocasião, o ex-prefeito teria até feito truques de mágica para a entreter e, após falarem sobre muitas coisas, o político tentou beijá-la, mas sem sucesso.

Nos dias seguintes ao primeiro encontro dos dois, a mulher passou a receber receber mensagens de Marquinhos Trad, dizendo que tinha saudades e queria vê-la novamente e, a partir disso, ela passou a ir frequentemente até o gabinete da Prefeitura para ver o politico, que então passou a ser o seu amante, segundo a versão dela à polícia.

As relações sexuais sempre foram com consentimento e aconteciam, inclusive, dentro do banheiro do gabinete. Após algum tempo, ela foi nomeada para um cargo de auxiliar administrativo e financeiro, cujo salário era de R$ 1,4 mil. No ano seguinte, a mulher foi transferida para outro cargo, onde, segundo ela, não trabalhava presencialmente e apenas assinava a folha de ponto.

O último encontro entre os dois aconteceu em junho deste ano, no comitê de campanha para as eleições. Na ocasião, ela foi novamente pedir um emprego fixo ao político e, no ato, ele teria tentado beijá-la a força, mas ela se negou. Sem conseguir a vaga, a mulher relata que encontrou uma oportunidade de trabalho em outra área e deixou de fazer parte da equipe do ex-prefeito.

Se sente humilhada e usada. Está com seu estado emocional e psicológico abalado e hoje percebe que sofreu assédio sexual”, cita um trecho do depoimento da vítima. Ainda segundo ela, após os fatos tomou conhecimento através de um funcionário da Prefeitura de Campo Grande que outras mulheres já passaram pela mesma situação.

A resposta de Marquinhos Trad

Confira a nota divulgada pela assessoria de imprensa do candidato a governador Marquinhos Trad sobre as denúncias em seu desfavor:

“Em relação às notícias veiculadas na imprensa que envolvem o nome do pré-candidato ao Governo do Estado Marquinhos Trad, faz-se necessário esclarecer que a investigação em andamento demonstra a inexistência da prática de crimes sexuais de natureza violenta. Até o presente momento, quatro mulheres foram ouvidas, sendo que apenas duas delas, de fato, são conhecidas de Marquinhos Trad. Uma, inclusive, ressalta que não conhece o ex-prefeito e sequer teve contato com ele. Cumpre ressaltar que nenhuma delas estava subordinada a ele, por meio de cargo, emprego ou função pública – o que, por si só, descaracteriza o crime de assédio sexual e eventual prática de improbidade administrativa.”.

“Importante pontuar que Marquinhos recebeu ameaças, via Whatsapp, do Secretário de Segurança do Governo do Estado, após lamentar ação que resultou em morte de um indígena. Poucos dias depois, os boletins de ocorrência foram registrados. Além disso, uma mulher relata que recebeu proposta de R$ 150 mil, da equipe ligada ao atual governo, para gravar um vídeo contra Marquinhos. Todo este conteúdo será anexado ao inquérito.
Embora se trate de procedimento administrativo sigiloso, o pré-candidato já produzirá, neste momento, todos os elementos de informação e provas aptos a comprovar a sua inocência e a lisura de seu comportamento perante a gestão da Prefeitura Municipal de Campo Grande.”.

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