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Fome aumenta no Brasil enquanto MS coloca comida no prato de 80 mil famílias

A fome está de volta ao Brasil. Em 2022, cerca de 33 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar no País, não tendo o que comer todos os dias. A quantidade é quase o dobro da registrada no ano passado, quando 19 milhões de cidadãos estavam no mapa da fome.

Os números pertencem ao 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, elaborado pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) e executado pelo Instituto Vox Populi.

A pesquisa revela que mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau, seja leve, moderado ou grave, que é a situação de fome.

Em Mato Grosso do Sul, essa realidade é amenizada desde abril do ano passado, quando começou a funcionar o programa “Mais Social”, que garante dignidade e alimentação adequada para famílias de baixa renda. Por meio da iniciativa, os beneficiários recebem R$ 300 mensais para comprar alimentos, produtos de higiene e até gás de cozinha.

Em pouco mais de um ano de existência, o programa já atende mais de 80 mil famílias, em todos os municípios do Estado. “Olhar e não ter o alimento para dar para o filho é muito triste”, afirma a diarista Sueli de Lima, de 39 anos, que mora em Campo Grande. Ela é uma das atendidas pelo “Mais Social” e chegou a passar necessidades antes do programa.

“Trabalho de doméstica há muitos anos, desde meus 11 anos, só que agora estou desempregada. Mas eu faço diárias para ter uma renda e o ‘Mais Social’ me ajuda bastante porque está tudo muito caro no mercado. A gente vai e traz uma sacola. Dá para comprar arroz, feijão, uma mistura e o gás, que também está caro. Eu agradeço por ter esse benefício. Tem muita gente que não tem. Muitos e muitos estão passando fome nesse Brasil. Então, é um privilégio”, diz Sueli.

Para o governador Reinaldo Azambuja, o “Mais Social” cumpre um papel importante no atendimento das pessoas que mais precisam. “O programa surgiu na pandemia, em um momento delicado e de crise, tanto na economia quanto na saúde. Por isso, ele tem caráter permanente para dar segurança alimentar e nutricional à população que vive em situação de vulnerabilidade social”, detalha o governador. “Com o programa, as pessoas ainda têm dignidade, pois elas vão ao mercado e escolhem o que comprar para comer”, completa.

A pesquisa da Rede Penssan foi realizada entre os meses de novembro de 2021 e abril de 2022, em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal. A divulgação dos dados ocorreu em junho de 2022.

Diarista Sueli de Lima, de 39 anos

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