Após pedir ‘Dipirona’ no 190, mulher vítima de violência doméstica é salva pela PM na Capital
Mais uma vez a tática de uma ‘ligação adulterada’ salvou a vida de uma mulher. O fato aconteceu na semana passada, a vítima, então refém da violência e covardia exercida pelo próprio marido, ligou para o 190 sem que este soubesse e, para disfarçar o ato, ela fingiu estar falando com um atendente de farmácia e pediu por um remédio. Do outro lado da linha, um experiente policial militar rapidamente compreendeu a situação e, de forma muito eficaz, encaminhou uma viatura até o endereço dela, onde foi feito o resgate.
O fato descrito acima aconteceu em Campo Grande, porém, a Polícia Militar não pode repassar os dados da vítima e nem mesmo o áudio da ligação feita por ela para não comprometê-la.
De acordo com as informações da ocorrência, a mulher telefonou para o 190 e, logo após ser atendida, já pediu para que lhe entregassem um Dipirona. O policial militar que a atendeu, Cabo Caniatto, chegou a mencionar no início da conversa que ela havia ligado para o número errado, já que não era uma farmácia.
Na sequência, a mulher respondeu que ‘sim’, confirmando que sabia disto e deu prosseguimento na ligação como se estivesse, de fato, falando com o atendente de uma farmácia. O policial, que tem uma vivência nas ruas de longa data, entendeu a situação de emergência e passou a fazer perguntas, também disfarçadas, para compreender a real situação da vítima.
O Cabo Caniatto comparou o grau de agressividade do marido da vítima com a quantidade de remédios que ela queria, também conseguiu saber se o homem estava armado, e depois repassou o endereço dela para a viatura, que prontamente chegou ao local e fez o resgate, prendendo o agressor em flagrante por violência doméstica.
De acordo com a PM, além do devido sucesso da operação, a situação da vítima provocou uma comoção dentro da corporação, que ao fazer uma nova visita para ela aproveitou para entregar uma cesta básica, tendo em vista que a vítima também está passando por problemas financeiros.
O caso deve ser investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento À Mulher (DEAM), que fica na Casa da Mulher Brasileira. Em nota, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul reforçou a importância das denúncias, principalmente nos casos de violência contra a mulher, que é um crime muitas vezes silencioso, que rouba vidas e destrói famílias. Por isso, denuncie através do Disque 190.