PMA inicia operação Ictiofauna em proteção aos recursos pesqueiros
O estímulo inicial para a formação dos grandes cardumes para a subida em processo de reprodução é o início da cheia dos rios, com o início das primeiras chuvas, às vezes, ainda no mês de julho, mas mais frequentemente em agosto, os pequenos cardumes já começam a se juntar. Em setembro ficam maiores e, por isso, desde o dia 7 de julho até o dia 30 de setembro, a PMA (Polícia Militar Ambiental), de Mato Grosso do Sul, realizou a operação Pesca Legal, na qual foram autuados 75 pescadores em R$ 95,6 mil e apreendidos 423 quilos de pescado e 211 redes de pesca, além de 14 barcos e 13 motores em menos de três meses de operação.
O mês de outubro ainda é mais preocupante, porque os cardumes estão muito maiores, devido a maior cheia dos rios, e a pesca ainda continua aberta e, neste mês, a quantidade de turistas e pescadores do Estado se intensifica muito, exatamente, em razão das facilidades de captura do pescado neste período, devido ao tamanho maior dos cardumes. Em razão disso, além do reforço nos meses anteriores, no mês de outubro, a PMA intensifica mais ainda o monitoramento dos cardumes e a quantidade de Policiais nos rios, utilizando, inclusive, o pessoal administrativo.
A operação Ictiofauna, que começou no último sábado, dia 1º de outubro, visa à fiscalização com o maior efetivo possível, primariamente para dissuadir pescadores de cometer as infrações, ou prender os que se arrisquem no ato criminoso, sem que tenham capturado grande quantidade de pescado. Isso foi conseguido na operação Pesca Legal, que era regionalizada, concluída ontem, pois 75 pescadores foram autuados com 423 kg de pescado, ou seja, pera de 5,64 kg apenas por autuado. De qualquer forma, o foco central é a vigilância dos cardumes formados diuturnamente, especialmente nos pontos críticos que são as cachoeiras e corredeiras, locais estes que, dependendo do nível da água dos rios, pegam-se peixes até com as mãos.
Os locais onde estão os cardumes estão mapeados, conforme os dados anteriores de ocorrências envolvendo pesca predatória. A fiscalização preventiva ostensiva fardada, contará com 350 Policias das 27 Subunidades no Estado, até o dia 4 de novembro, que manterá, além desses cuidados onde os cardumes estão, as equipes do Setor de Inteligência também farão trabalhos de levantamentos de informações relativos a quaisquer pontos de possível pesca predatória, bem como dos locais com maior concentração de pescadores.
Devido aos feriados prolongados, a “Operação Ictiofauna” englobará a operação “Padroeira do Brasil e a operação “Dia de Finados”, que são realizadas todos os anos, com participação das 27 Subunidades da PMA no Estado, sempre com maior atenção à questão relativa à pesca. Os trabalhos administrativos serão reduzidos durante a operação, para o emprego do maior número possível de policiais, porque, além do combate e prevenção à pesca predatória, os trabalhos preventivos e repressivos ao tráfico de papagaio pelas Subunidades da região onde ocorre, na operação Bocaiúva, precisam continuar neste período reprodutivo da espécie (agosto a dezembro).
PETRECHOS ILEGAIS
O uso de petrechos com grande poder de depredação de cardumes como as redes de pesca (mais preocupante), anzóis de galho e espinheis, que é uma das maiores preocupações da Polícia Militar Ambiental relativamente à pesca predatória será combatido veementemente, como sempre é nas operações de rios da PMA, principalmente as redes de pesca, que armadas, ou por arrastão, podem depredar cardumes inteiros. Dessa forma, a presença das equipes evita que os pescadores armem os petrechos ilegais, ou pelo menos, faz-se a retirada desse material sem que tenham prejudicado os cardumes.
DRONES
Os drones continuarão sendo utilizados, pois têm funcionado como uma importante ferramenta nos trabalhos preventivos em todas as operações da PMA. Com os aparelhos, os infratores têm ficado com receio de serem identificados pelas imagens e os drones permitem que os Policiais possam fiscalizar grandes áreas de rios, inclusive, acampamentos de pescadores, ou outros crimes no entrono dos rios, sem serem percebidos, o que dificulta ainda os avisos via celular aos infratores, que são comuns quando as equipes estão nos rios, ou a campo.
Apesar de o foco ser os pontos principais de pesca, a prevenção e combate a outros crimes ambientais, tais como, ao transporte de produtos perigosos, desmatamento, exploração ilegal de madeira, incêndios, às carvoarias ilegais e ao transporte de carvão e de outros produtos florestais, caça, bem como demais crimes contra a flora, o patrimônio urbano e cultural, não deixarão de ser efetuados.
Crimes de natureza diferente à ambiental, como tráfico de drogas, contrabando, descaminho, porte ilegal de armas, entre outros, serão coibidos também nas barreiras e fiscalização fluviais da PMA, como tem sido realizado nos trabalhos rotineiros.