“Pode fechar a porta do estado e do Brasil”, diz Rodolfo Nogueira ao repudiar falas de Lula sobre demarcações de terras
O deputado federal e defensor ferrenho do agronegócio brasileiro Rodolfo Nogueira (PL-MS) declarou estar inconformado com as excessivas demarcações de terras indígenas que foram assinadas na manhã desta sexta-feira (28), bem como com as centenas que estão na fila de espera. “Pode fechar a porta do estado e do Brasil, vamos pegar nossas malas e ir embora, acabar com a produção, acabar com o agro aqui no MS e no país todo”, criticou Nogueira ao lembrar das mais de 620 fazendas que estão sendo reivindicadas pelos índios só no MS e dos 13,8% de terras demarcadas no Brasil todo. Nogueira repudiou as falas de Lula quando o presidente em exercício diz que Vai demarcar maior número possível de terras indígenas.
O deputado lembrou do PL 490/2007 que teve a constitucionalidade do texto aprovado em 2021 e que deveria ter sido tramitado no Congresso. “O PL 490/ 2007 trata do marco temporal e prevê que só poderão ser consideradas terras indígenas aquelas que já estavam em posse desses povos na data da promulgação da Constituição, 5 de outubro de 1988, passando a exigir, dessa forma, uma comprovação de posse, o que hoje não é necessário. O texto ainda flexibiliza o contato com povos isolados, proíbe a ampliação de terras que já foram demarcadas e permite a exploração de terras indígenas por garimpeiros”, explicou o parlamentar.
Na manhã desta sexta-feira (28) Lula assinou demarcações de seis terras indígenas e levantou uma bandeira, que foi levada por índios que estão acampados em frente ao Congresso Nacional, com dizeres contrários ao Marco Temporal. “Semana que vem tem audiência sobre o Marco Temporal na CAPADR (Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural) e vamos resolver essa questão. Não podemos deixar o Brasil virar essa baderna”, reforçou Nogueira.
MS tem 224 mil hectares de terras indígenas à espera de demarcação.
“Precisamos urgentemente aprovar o Marco Temporal. É um absurdo Lula continuar com essa guerra no campo”, finalizou Nogueira.