DERF vai até Dourados para ouvir o cunhado sobre sua participação no assassinato da pecuarista
Equipes da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) já se deslocaram para a cidade de Dourados, onde está preso o terceiro integrante do trio que matou uma pecuarista de 38 anos dentro de uma casa em um condomínio de luxo de Campo Grande. Segundo as informações, a prisão aconteceu no final da manhã desta segunda-feira (1º) no Centro de Recuperação da sitioca Ouro Fino.
Ao ver as viaturas se aproximando do seu esconderijo, o homem entrou em desespero e teve uma crise de choro, segundo o SIG (Setor de Investigações Gerais), que fez a captura do suspeito após quase quatro dias de fuga. Ele se juntará agora as duas familiares que também já estão presas pelo crime, sendo a mãe de 42 anos e funcionária da vítima, e sua filha, de 24 anos, e que também prestava serviços na residência.
As duas confessaram o crime e disseram, em depoimento, que tudo foi planejado, exceto a morte da vítima. Na ocasião, mãe e filha apontaram que o homem, cunhado da funcionária-mãe, teria agredido e depois asfixiado até a morte a pecuarista.
O crime foi premeditado, sendo que os três queriam receber um PIX na ordem de 20 mil da pecuarista, que teria resistido. Além disso, a polícia apura a possibilidade de uma irmã da vítima ter ‘contratado’ uma das empregadas para ‘dar um susto’ a fim de conseguir que familiar assinasse documentos relacionados a quitação de uma dívida milionária.
A Derf cita que a irmã da vítima manteve contato com a funcionária da casa, que trabalhou durante sete anos para ela e que também seria amante de pecuarista, de quem ainda recebia ajuda financeira.
A motivação para o crime pode ter relação com a disputa da herança deixada pelo pai das irmãs, morto em 2013 na cidade de Dourados e dono de muitas posses, como fazendas. A investigação descobriu que a irmã pediu ajuda à funcionária no intuito de essa fazer a patroa assinar documentos de quitação de uma dívida mediante a venda de 400 cabeças de gado por cerca de R$ 8 milhões.
Essas informações foram delatadas em depoimento pelas funcionárias. No acordo, a irmã ainda teria dito para a funcionária que a patroa delas tinha problemas com bebidas e que ela deveria se aproveitar de um momento de vulnerabilidade para fazer com que a pecuarista assinasse os documentos.
Para conseguir convencer as funcionárias, a irmã prometeu dar a elas R$ 50 mil em dinheiro, caso conseguissem a assinatura dos documentos. Ainda de acordo com a versão das autoras, dias antes do crime a patroa chegou a assinar a papelada, no entanto, ela teria rasgado antes que fossem escaneados e entregues.
Diante disso, elas tiveram a ideia do falso roubo. Para a ação, o cunhado da funcionária-mãe foi chamado para interpretar o papel de bandido. Três dias antes do crime, eles se encontraram em uma pastelaria do bairro Tiradentes e, depois disso, compraram um simulacro de arma de fogo e também um boné. Ele receberia R$ 10 mil pela ajuda.
No dia do crime, elas foram até ao atacadista, deixando o carro destrancado já para que o cunhado pudesse entrar, simulando o sequestro para que pudesse entrar no condomínio. Já em frente a casa, o homem desceu do carro com a filha da funcionária (sua sobrinha) enquanto que a outra permaneceu dentro do veículo para dar a fuga ao grupo.
Quando eles entraram na casa encontraram a vítima na sala e anunciaram o roubo, pedindo que ela fizesse um pix de R$ 80 mil, mas ela se recusou e o cunhado passou a agredi-la. Para evitar qualquer suspeita dos vizinhos, ele tampou a boca dela com um pano e passou a esganá-la. O grupo não pretendia matar a vítima, isso fez com que mudassem os planos.
Ao ver que a mulher tinha falecido, o cunhado e a sobrinha levaram o corpo dela para um dos quartos e o deitaram na cama e fugiram levando alguns objetos de valor para simular o latrocínio.