Exposição que homenageia Humberto Espíndola segue até o dia 12 no MIS
Aberto desde o último dia 19, com visitas presencial e virtual a exposição apresenta parte de nossa história nas obras do artista.
Segue aberto ao público, no Museu da Imagem e do Som de MS (MIS), unidade da Fundação de Cultura do Estado (FCMS), a exposição de nove obras do artista Humberto Espíndola que fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea (MARCO). A exposição “MARCO visita o MIS – Humberto Espíndola” é uma homenagem da FCMS ao renomado artista que completou 80 anos no início de abril.
De acordo com Diretor Presidente da FCMS as obras trazidas do MARCO fazem parte de trabalhos icônicos de Espíndola sobre a divisão de Mato Grosso e o nascimento de Mato Grosso do Sul. “Humberto Espíndola é um expoente da nossa cultura, algumas de suas peças que hoje fazem parte do acervo do MARCO estarão em exposição, elas contam em cores e desenhos a história da nossa terra e uma fase importante para nosso estado, vale muito a pena contemplar cada obra de arte que será exposta”.
Para o coordenador do MIS, Alexandre Sogabe, Humberto Espíndola é um artista icônico. “Foi um dos que melhor captou o sentimento geral pela Divisão do Estado, sendo que a obra “O Sopro” deva ser a mais representativa sobre a temática, e agora está disponível fisicamente e virtualmente para o público”, declarou.
Humberto Espíndola
Imortal pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras desde 2021, o jornalista, escritor e artista plástico Humberto Augusto Miranda Espíndola nasceu em uma família de sete filhos, ao lado de seus irmãos Tetê, Jerry, Alzira E, Sérgio e Celito Espíndola um dos grandes nomes nas artes que acumularam premiações dentro e fora do estado.
Reconhecido também por sua participação na busca e composição de uma identidade cultural sul-mato-grossense ao lado de Jorapimo, Ilton Silva, e Conceição dos Bugres, Humberto é frequentemente lembrado como um dos criadores do movimento artístico estadual denominado “Bovinocultura”.
Valorização do meio rural, a Bovinocultura apresenta o homem no meio ambiente e, sobretudo, o boi frequentemente retratados e exaltados como cultura do estado. Assim, esse movimento artístico regional se projetou e permanece no imaginário popular de um estado fortemente ruralista, como o é Mato Groso Do Sul, atendendo desta forma, o anseio da classe que ainda hoje, assume postura hegemônica no estado e incentiva a continuidade do movimento bovinoculturista.
“A bovinocultura está e estará presente nas obras de Mato Grosso do Sul (seja pela presença literal da imagem do boi ou não), porque esta está inscrita na cultura local sul-mato-grossense. Faz parte da cultura bugra, xucra, entre outros termos sem sentidos pejorativos. Mas nesse caso, a inscrição é colocada por meio de “retratos” e “paisagens” biográficas (ou biogeográficas de cada sujeito local. Sem ser partidarista, mas identificação identitário-cultural) ”, analisa no livro-reportagem “Belo Sul Mato Grosso: Um percurso sobre arte e cultura em MS”, de Giovanni Dorival, o doutor em Artes Visuais e professor do curso de Artes da UEMS, Marco Antônio Bessa-Oliveira. O livro, que foi trabalho de Conclusão do curso de Jornalismo da UFMS, traz uma releitura de “Bovinocultura” (1969) de Humberto na capa.
Visita Virtual
De importância histórica e cultural, a exposição que homenageia o talento e sensibilidade de Humberto Espíndola em seu 80º aniversário trouxe uma inovação tecnológica. Além da visita presencial, o MIS também lançou a visita virtual que permite ao expectador caminhar pelo salão e ver as obras expostas no computador ou celular por meio de um link de acesso.
A chamada Exposição 360, que também pode ser vista com óculos virtual é fruto da parceria entre a Fundação e a M2R 360 de Beto Ungere. “Conheci o Tour Virtual navegando pela internet e “visitando” museus pelo mundo. Desde Moscou, Nova York ou até mesmo no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Com isso vi que não tinha nada aqui no Mato Grosso do Sul”, lembra, Beto.
Inquietado pela ausência desse tipo de visitação em museus e galerias, dentro do estado, Beto que já atuava desde 1985 com cenografia, eventos e iluminação externa para produções atrativas dos shoppings locais, resolveu entrar nesse ramo. “Pesquisei, me equipei e me capacitei”, declarou.
Com a formação e os materiais em mãos, Beto tomou conhecimento da “MARCO visita o MIS – Humberto Espíndola” e procurou a FCMS. “Conheci o Alexandre Sogabe e conversando com ele soube da Exposição que iria acontecer no MIS. Por ser uma exposição temporária, poucas pessoas teriam acesso a ela. Resolvi montar sua visita virtual para que pudesse ser acessada, mesmo depois de sua desmontagem”, conta.
Para o empresário, o tour virtual pode ser uma grande ferramenta para popularizar e dar acessibilidade a quem não podem ir as exposições por carências de recursos ou devido à grande distância. “O Tour Virtual dá acesso à cultura a quem não tem possibilidade de ir aos locais”, justifica.
Segundo Alexandre, a instituição tem se esforçado para democratizar ainda mais o acesso a população por meio de informatização. “Sabemos que muitas pessoas que não podem vir até o Museu ganham com o acesso pela internet”, explicou.
Segundo Alexandre, até esta quarta-feira (03), a exposição que foi aberta no último dia 19 recebeu cerca de 200 visitantes no MIS. O Tour Virtual também pode ser feito com óculos 3D. Convidada a experimentar esse modelo de acesso as obras de Humberto Espindola, a estudante Maria Rosa Barbosa, aprovou. “Nossa é incrível! Parece mesmo que estou aqui”, declarou.