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Projeto do Imaginário Maracangalha chega ao Jardim Noroeste

“Maracangalha de Pé na Rua” leva teatro e reflexões sobre cultura e arte nas periferias da capital

O Teatro Imaginário Maracangalha começa neste sábado (10) a última etapa do projeto “Maracangalha de Pé na Rua” que desde março tem levado arte e cultura para a periferia da capital. Serão 4 finais de semana com apresentações e atividades no bairro Jardim Noroeste.

A estreia será com o premiado espetáculo “Tekohá – Ritual de Morte e Vida do Deus Pequeno”, que está completando 15 anos de estreia. Com prestígio nacional dentro da cena de teatro latino-americano, o espetáculo já rodou os festivais mais importantes do país inteiro e foi aplaudido como teatro político.

Projeto “Maracangalha de Pé na Rua”

Projeto contemplado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro (FOMTEATRO-2021), que conta com o investimento da Prefeitura Municipal de Campo Grande/MS através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR), o “Maracangalha de Pé na Rua” tem o objetivo de levar arte até as regiões mais afastadas do centro de Campo Grande. “Nós, enquanto coletivo, resolvemos somar as forças e fazer jus ao que o teatro de rua representa, que nada mais é do que: estar na rua”, pontua o diretor e ator Fernando Cruz.

Para Fernando, o período de pós-pandemia aumenta a carência de políticas públicas voltadas entre outras coisas, para a área cultural dentro dessas comunidades e projetos como “Maracangalha de Pé na Rua” são necessários porque, enquanto arte, promovem transformação cultural e social. “Muitas vezes, as comunidades não têm acesso fácil ao centro da cidade para consumir cultura, e estar inseridos nela, é um papel transformador social também”, avalia.

Balanço da Primeira Etapa

A primeira etapa do projeto aconteceu no São Conrado definido por Fernando como um bairro populoso, e vulnerável em alguns aspectos. “Deu para mapear o bairro, percebendo ausência de políticas públicas de cultura em várias partes do bairro”, conta.

De acordo com o diretor do Maracangalha, durante o período em que o coletivo esteve atuando no bairro, participou de conversas junto as associações e organizações populares sobre a possibilidade de ingresso no sistema municipal de cultura. “Também dialogamos que eles devem estar na previsão do orçamento da cultura conforme prevê a lei, a partir das demandas apresentadas pela comunidade”, esclarece.

A ideia é que a região tenha incentivos para levar oficinas, espetáculos, ter uma programação cultural frequente e ter espaços culturais no bairro. “Alguns espaços públicos estavam abandonados, praças malcuidadas, mostrando a ausência do poder público, mas a população se mostrou presente”, denunciou o diretor.

Segundo o diretor, a presença do coletivo com atividades culturais e artísticas permite uma participação popular nos assuntos de interesse da comunidade resultando em benefício social. “Ver que com essa troca, nós crescemos juntos e pudemos modificar a cidade com arte, e sobretudo com as relações de afeto que isso proporcionou, que é também um ato político”, reflete.

Para Fernando, o projeto leva a essência do Maracangalha como teatro de rua. Foto: Vaca Azul

O diretor lembra que as zonas periféricas também são centros com potenciais a ser desenvolvidos com garantias de lei e destaca o interesse dos moradores do São Conrado nas atividades que agora devem ser desenvolvidas no Jardim Noroeste. “Realizamos oficinas e deu para criar uma relação com a comunidade, ver que o público tem potencial.  De alguma maneira, eles fortalecem a gente e a gente fortalece eles e juntos a arte acontece, é bom para a cidade, é bom para todo mundo” conclui.

Programação

Além do Cortejo Cenopoético de intervenção de rua apresentado neste sábado, às 9:30, o Maracangalha também apresentará no domingo (11), o teatro de rua “Tekoha – Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno”. A programação do projeto seguirá com oficinas, seminários na rua Era Atômica, 259, e outras apresentações na praça do Jardim Noroeste localizada na rua Indianápolis, 1949. As atividades no bairro ocorrerão sempre aos finais de semana até o dia 2 de julho e além do diretor e ator premiado Fernando Cruz, terá no elenco Fran Corona, Moreno Mourão, Paulo Augusto, Pepa Quadrini, Ariela Barreto, Rodrigo Nantes, e a produção de Ana Capilé.

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