Caderno BGeralGiovanni DorivalPerfil do MS

Rudy Nolasco e a Beleza Negra de MS

Promotor de eventos afro na capital fala sobre a importância da validação negra no estado

Nascido em 12 de março de 1964 em Campo Grande, MS, formado em Pedagogia em 1989, Gestão Pública em 2005, Moda em 2015, e, em Comunicação Visual em 2018, Rodynei Pereira Nolasco, que há 20 anos trabalha na TV Educativa, começou o primeiro concurso Miss Beleza Negra de MS ainda em 2008.

Comunicador, Estilista e Pedagogo, Rudy tem a validação da beleza negra no MS como missão de vida. Foto: Redes Sociais

Nesta última semana de julho que celebra o dia mulheres negras latino-americanas e caribenhas (25), Rudy, como é conhecido, fala sobre seu trabalho e a importância da validação da beleza negra.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Oi, Rudy! Tudo bem?

Rudy Nolasco: Tudo bem graças a Deus e você?

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Bem, também. Obrigado!

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Vamos falar sobre seu trabalho em relação a Beleza Negra?

Rudy Nolasco: Sim. Será um prazer!

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Que ótimo! Ok. Podemos começar com informações sobre você. Sempre trabalhou com beleza?

Rudy Nolasco: Sim. Sempre trabalhei na área de estética e beleza e sentia uma necessidade muito grande de fazer alguma coisa para a beleza negra de Campo Grande de Mato Grosso do Sul com tantas comunidades negras eu não via nada sendo feito para mostrar a beleza da raça.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Compreendo. Quais caminhos levaram ao movimento e a criação do concurso?

Rudy Nolasco: Então em 2008 a gente fundou, também, o movimento Beleza Negra de Mato Grosso do Sul para trabalhar as questões de negro e também estar agregando as pessoas não negras para esse trabalho. E foram surgindo vários outros projetos.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: E o concurso de beleza?

Rudy Nolasco: A criação do concurso se deu ver tanta comunidade dentro do estado e nada mostrando a beleza da Raça Negra e eu achava que alguma coisa tinha que ser feito nesse sentido de estar mostrando a beleza e trabalhar a autoestima e empoderamento tanto é que no concurso não se exige peso medida altura nada disso e dá de limite nada que os concursos tradicionais exigem apenas ser negro e maior de 18 anos e o negro quando ele está empoderado ele consegue empoderar todos os negros a sua volta.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Entendi. Dentro do concurso, ainda prevalece o padrão de beleza branco que historicamente reprimiu e desqualificou as referências africanas, como os cabelos crespos, ou tem se valorizado os padrões da ancestralidade?

Rudy Nolasco: Não. Isso não existe no concurso, tanto é que os cinco jurados são negros.

Para Rudy, a beleza negra tem sido assumida cada vez mais. Imagem: Redes Sociais

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Com a sua experiência, você vê muito preconceito ainda aqui dentro do estado?

Rudy Nolasco: Sim. Muito. Não mudou nada. Quando eu comecei com esses eventos, esperava por dias como hoje. Os negros estão tendo poder de fala, para denunciar e reclamar seus direitos. Muita coisa mudou com relação a moda ao consumo a cosméticos. Há um tempo atrás você não achava cosméticos para a pele negra, tipo maquiagem ou coisas para o cabelo, ou roupas. Nada disso.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: E, hoje? Como é?

Rudy Nolasco: Hoje descobriu-se um nicho muito grande no mercado consumidor. Que o negro também consome e o negro tem bom gosto. Mas eu percebo que o espaço para o negro é ainda pouco e muito restrito. Principalmente quando eu vou pedir um espaço para fazer o evento nunca a gente é recusada, mas os locais que oferecem para nós são locais de improviso, são locais que não são apropriados para esse tipo de evento. Como se o negro não pudesse estar no lugar chique e cheio de glamour. Já eu penso diferente eu acho que o negro tivesse que estar aonde ele acha que deve estar. Mas, ele também merece o lugar mais bonito e mais glamoroso que possa existir para mostrar toda a sua beleza.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Compreendo. Durante esses anos de movimento e das edições do Beleza Negra, vocês têm recebido ataques racistas?

Para obter recursos que viabilizem uma sede própria, o movimento Beleza Negra tem ofertado diversos artigos e serviços. Foto: Arquivo pessoal

Rudy Nolasco: Não graças a Deus, não! Mas, a gente enfrenta muita dificuldade com as políticas públicas. Muita dificuldade com divulgação do evento e pela falta de recursos financeiros destinado para esse tipo de evento.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Então o racismo é velado, como os locais que oferecem para o evento?

Rudy Nolasco: Sim Exatamente! Inclusive na última vez que ofereceram um lugar para fazer ensaio, foi um espaço reservado para outro evento. E ninguém resolveu aquela situação, tivemos que ficar lá esperando o evento acabar. Só no finalzinho, que seria o horário do nosso evento, é que nós fomos começar o ensaio. No próprio dia do evento, ninguém nos avisou que o local reservado não tinha ar condicionado. Pois o ar condicionado não estava funcionando. Foi uma grande dificuldade.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Vocês têm trabalhado para conquistar um espaço próprio?

Rudy Nolasco: Sim. A falta de um espaço nosso tem sido uma grande dificuldade para o evento, então começamos a trabalhar o artesanato africano para angariar fundos para comprar o terreno para ser a sede do movimento Beleza Negra. Nós temos canecas africanas de cerâmica, camiseta com motivo africano, brincos, bonecas africanas, almofadas, quadros. Várias coisas que são vendidas todo segundo domingo do mês na Feira dos Afrodescendentes na Praça dos Pretos Velhos.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Entendi. De que forma você se identifica com o movimento, Rudy?

Rudy Nolasco: Tenho total e identificação. Na minha família há muitos negros. Minha avó era negra retinta. E eu sempre via a dificuldade que os negros têm, principalmente, no mercado de trabalho. O movimento Beleza Negra, oferece dois cursos gratuito desde 2008, o de fotografia digital voltado para o celular e o curso de rastafári, que são aquelas tranças africanas. Assim, a pessoa pode começar uma profissão sem precisar de muito investimento.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Mas essas dificuldades não impediram de o concurso Beleza Negra ter revelado misses do estado, né?

Rudy Nolasco: Apesar de todas as dificuldades, já tivemos duas misses Mato Grosso do Sul. A Karen Recalde, que foi participar em 2012 do Miss Brasil no Ceará, e a Caroline Bianca. Duas misses negras que saíram do concurso Beleza Negra. E isso é uma questão de um orgulho grande para a gente, porque qualquer negra que olhar para essas duas meninas, vai entender que também pode tentar.

Boneca em estilo africano é um dos produtos ofertados pelo movimento Beleza Negra. Foto: Arquivo pessoal.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Certo. Além do empoderamento, que você citou a pouco, em que mais a valorização da beleza negra contribui para as pessoas pretas e para a sociedade?

Rudy Nolasco: Contribui para que as pessoas pretas tenham consciência do seu valor na sociedade, mostrando que elas podem e são capazes, como qualquer outra pessoa, de ir em busca de um futuro melhor a para ela e para a sua família. A menina que ganhou o último concurso de beleza negra, tem 53 anos. Uma moça muito linda que é a cara do concurso Beleza Negra.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Pode se dizer que o fato de ser um espaço para a valorização de negros de todas as idades faz do concurso um evento importante?

Rudy Nolasco: O concurso Beleza Negra tem uma importância que vai além do próprio evento. Por exemplo, as escolas chamam os organizadores para debater com os alunos a questão da autoestima e do empoderamento. Tem uma professora de história que trabalha na organização do concurso Beleza Negra Campo Grande como apresentadora. Ela está fazendo mestrado em história e o tema dela é o concurso Beleza Negra. Será um artigo que dará baseamento a um projeto para ser desenvolvido em todas as escolas estaduais e municipais focando a questão da autoestima e do empoderamento do negro desde a infância.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: As escolas têm participado muito do evento?

Rudy Nolasco: Sim, graças a Deus temos muito a participação das escolas que convidam a gente para fazer palestra sobre a questão da autoestima e do empoderamento para os alunos. Outra questão muito forte nas escolas é a da discriminação e do bullyng. Muitas pessoas trazem traumas para a fase adulta desde a primeira infância.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Então existe um interesse pedagógico no trabalho do movimento?

Rudy Nolasco: Sim, totalmente. Faz parte do combate ao bullyng, a abertura para a participação dos alunos. As escolas colaboram mandando os alunos para participarem dos nossos eventos. Principalmente pelo fato do concurso não exigir os padrões de beleza que os concursos tradicionais exigem. A Raça Negra não precisa se enquadrar em nenhum padrão de beleza, a raça negra é muito bonita e ela não precisa disso.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Como pedagogo, quais os benefícios que atividades como as do movimento podem trazer para os estudantes, Rudy?

Rudy Nolasco: A valorização do negro na sociedade, a valorização da Raça Negra, a valorização do indivíduo. Mostrar que todos somos importantes enquanto sociedade e que o Brasil é uma miscigenação de raças. Acredito que o maior benefício seja trabalhar a autoestima da população negra.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Rudy, os últimos censos têm revelado um aumento de pessoas, no Brasil que se declaram pretas. Você acredita que isso aponta para uma mudança de postura em relação a pessoas negras?

Rudy Nolasco: Sim, claro! As pessoas estão assumindo a sua negritude, estão assumindo que a raça negra é linda e estão tendo orgulho de serem negros. Estão assumindo o seu cabelo afro, estão assumindo a sua cor, a sua pele e o seu lugar no mundo. Hoje vemos muitas negras assumindo a transição capilar e deixando os seus cachos livres e soltos.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Inclusive, vocês promovem isso, certo?

Rudy Nolasco: Sim. Temos um evento específico para essa transição capilar que é o encontro de cachos e cacheados. Se chama Encontro Cacheia Campo Grande, que acontecerá no dia 10 de setembro durante a Feira dos Afrodescendentes na Praça dos Pretos Velhos.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: É uma forma de validar a queda da imposição do estilo branco com o alisamento, do qual mencionamos lá atrás?

Rudy Nolasco: Isso. Para nós essa mudança de postura é uma coisa muito bacana, a pessoa assumir que é negro e assumir os seus cabelos, os seus cachos, ter orgulho de onde veio. Há muito tempo atrás, essas pessoas alisavam seus cabelos. Hoje estão fazendo manutenção de cachos para os deixar cada vez mais lindos e volumosos.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Certo. E, quanto às políticas públicas. O que melhorou e o que falta ainda?

Rudy Nolasco: As políticas públicas é um assunto muito delicado. Enfrentamos muitas dificuldades para os eventos ligados ao negro. Geralmente os lugares que são oferecidos não tem infraestrutura nem de banheiro, nem de camarim. Como se o negro não pudesse estar no lugar chique. E essa é a nossa luta, a nossa briga para que o negro tenha visibilidade e possa estar num lugar muito bacana como qualquer outra pessoa.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: O que tem faltado para desatar esses nós junto ao poder público?

Rudy Nolasco: Uma coisa que faz falta para gente é representatividade negra nos espaços de poder, uma representatividade onde a gente pudesse efetivar as políticas públicas voltadas para o negro. Ter um negro, uma negra ocupando um cargo de poder e que nos atendesse através das políticas públicas, quanto as coisas que precisamos para o evento.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: O sistema de cotas e o recrudescimento da Lei de injúria racial que torna o crime inafiançável, são necessários?

Rudy Nolasco: Sim. Muito. De tanto baixar a cabeça e não reagir que as coisas chegaram onde chegaram. Mas graças a Deus muita gente trabalhou no passado para que a gente pudesse estar aqui hoje. A luta continua…

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: O que você poderia dizer às pessoas que insistem em afirmar que o sistema de cotas tira lugar de outras pessoas para privilegiar indígenas e negros?

Rudy Nolasco: Eu não gosto de falar sobre política. Prefiro falar sobre a beleza negra. Essa é a minha área. Eventos voltados para o negro.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Ok. Mas, o evento em si, não é também um ato político?

Rudy Nolasco: Sim. Totalmente. Mas é uma coisa mais leve e gratificante. Trabalhar com a autoestima e empoderamento dos negros é muito bacana.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Certo. Parte dessa beleza, reflete a cultura ancestral dos diversos povos negros trazidos de forma forçada para o Brasil. Como você vê isso?

Rudy Nolasco: Sim. E dentro dessa cultura vieram também as religiões de matrizes africanas. Com seus ritos e indumentárias características. Suas línguas. Comidas e costumes tiveram muita influência na nossa cultura. Na Feira dos Afrodescendentes a gente observa muito essa influência. Faltava um espaço como esse para mostrar um pouco da cultura Afro.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Entendo. Mas, ao validar a beleza negra, o concurso tende, também, a exaltar a herança cultural?

Rudy Nolasco: Sim e também dar visibilidade a Beleza Negra. Mato Grosso do Sul tem 22 comunidades negras e quilombolas. Campo Grande tem três duas na área urbana que é a comunidade tia Eva e a São João Batista e uma na área rural que é a quilombola Buriti.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Quem é o negro sul-mato-grossense, hoje, Rudy?

Rudy Nolasco: É uma pessoa consciente da sua importância na sua sociedade, uma pessoa que sabe dos seus direitos e deveres, uma pessoa que sabe que a Beleza Negra é linda e que não precisa ter vergonha da raça. Essa pessoa tem orgulho de ser negro.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: E Rudy? Quem era o Rudy antes de se envolver com o movimento negro do estado?

Rudy Nolasco: Antes de me envolver com eventos voltado para o negro, eu era uma pessoa comum. Com muitos anseios, muita vontade de ver a beleza negra valorizada. Eu ficava sempre esperando que alguém o fizesse. Como ninguém fez, achei melhor arregaçar as mangas e fazer. Isso em 2008 e, de lá para cá, muita coisa mudou na minha vida. Eu tenho mudado bastante com relação ao que pensava sobre o negro.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: E, hoje, mais de dez anos depois, quem é o Rudy?

Rudy Nolasco: Hoje, eu tenho uma consciência muito grande de que o negro tem um papel muito importante na sociedade e que esses eventos voltados para o nego contribuem para isso. Trabalhar a questão da autoestima e ainda do empoderamento com os negros é uma coisa muito gratificante. E isso não tem preço! 16 anos depois eu sou um Rudy que cresceu muito como pessoa e acredito que muito, ainda, precisa ser feito para o negro em Campo Grande e dentro do nosso estado.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Algum novo projeto em mente?

Rudy Nolasco: Sim. Falta colocar em prática: Escola de modelos negros; Centro de cursos profissionalizantes; Programa de TV com negros apresentando negros e a cultura Africana.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Bacana. Será em breve?

Rudy Nolasco: Continua no Papel a espera de uma oportunidade ou de novas parcerias.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: E fora do papel? Que eventos poderemos aguardar ainda neste ano?

Rudy Nolasco: Nosso próximo projeto será o encontro de cachos de cacheados. O Segundo Encontro Beneficente Cacheia Campo Grande, que será no dia 10 de setembro na Praça do Preto Velho, onde acontece a Feira dos Afrodescendentes. Em outubro a gente vai fazer a Segunda Semana de Moda Fashion Black Week, com modelos negros. E, no dia 4 de novembro acontecerá o 16º Concurso de Beleza Negra de Campo Grande

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Sucessos! E muito obrigado pela entrevista!

Rudy Nolasco: Foi um prazer falar com você sobre esse trabalho maravilhoso.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Puxa! Foi um prazer conhecer você e seu trabalho necessário, também!

Rudy Nolasco: Falou Giovanni. Tenha um ótimo dia abençoado por Deus.

𝑮𝒊𝒐𝒗𝒂𝒏𝒏𝒊 𝑫𝒐𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍: Mais uma vez, agradeço!

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